quinta-feira, 19 de junho de 2014

Aula: Clima e Estações do Ano

A condição média do tempo em uma determinada região, baseada em uma longa série de medidas, geralmente 30 anos é denominada clima. O tempo é a variação diária das condições atmosféricas. O clima é o tempo que esperamos encontrar em uma determinada área em um determinado momento, enquanto o tempo é a condição real predominante.
O clima tem efeito crucial nos tipos de vegetação de uma região específica, embora as zonas climáticas e de classificação nem sempre coincidam.

Classificação do clima:

O método mais genérico de classificar o clima consiste em dividir cada hemisfério em zonas climáticas. Os gregos antigos fizeram primeiras tentativas ao identificar uma região tropical sem inverno com baixas latitudes, uma região polar sem verão onde as temperaturas são geralmente muito baixas e uma região intermediária ou de latitudes médias, hoje denominadas latitudes temperadas, com verões frescos e invernos amenos.
Uma classificação simples pode basear-se na temperatura de precipitação (chuva, neve, etc.). Se a temperatura e a precipitação médias são conhecidas, pode-se classificar uma área em um tipo climático.

As estações:

Exceto sobre o equador ou em regiões muito próximos a ele, todas as regiões climáticas apresentam variações sazonais. Em geral, quanto maior a distância do equador, maior se torna a variabilidade sazonal. As estações são causadas pela revolução anual da Terra em órbita ligeiramente elíptica ao redor do Sol e pela rotação diária sobre seu próprio eixo. O eixo de rotação da Terra tem inclinação de 23,5º em relação à vertical do plano de revolução. O efeito da rotação da Terra e sua revolução em torno do Sol produz variações na duração do dia e nos diferentes ângulos pelos quais os raios do Sol atingem a superfície terrestre, provocando variação sazonal do clima.
A 21 de março e a 23 de setembro, os raios do Sol ficam exatamente a pino sobre o equador. Esses dias são os equinócios do outono e da primavera no hemisfério sul. A 21 de julho, a Terra está equidistantes dos equinócios e o Polo Norte inclinado em 23,5º em direção ao Sol; os raios solares estão a pino no Trópico de Câncer (Lat. 23,5ºN) e o solstício de verão ocorre no hemisfério norte (solstício de inverno no hemisfério sul). A 21 de dezembro, a posição da Terra está invertida. O Sol está a pino no Trópico de Capricórnio (23,5ºS) e o solstício de inverno ocorre no hemisfério norte (solstício de verão no hemisfério sul).
 
Esquema das estações do ano.

Controles climáticos:

Os controles climáticos incluem a proximidade da terra a água e os efeitos da altitude, barreiras montanhosas e correntes oceânicas. Os efeitos climáticos compreendem as variações sazonais ou diárias de temperatura e precipitação, umidade, ventos, etc. Embora dois lugares possam ter médias anuais de temperatura e precipitação semelhantes ou estar na mesma latitude, podem apresentar climas distintos. Se os controles climáticos não forem semelhantes, os efeitos resultantes também serão diferentes.
Considerando-se que a água se aquece e se resfria mais lentamente que a terra, em latitudes médias, próximas ao mar os verões serão mais frescos e os invernos mais amenos que em lugares distantes do mar. Os primeiros apresentam climas marítimos; os mais distantes climas continentais. As correntes oceânicas podem produzir um clima mais ameno do que o esperado naquela latitude (como o efeito da Corrente quente do Atlântico Norte sobre o noroeste da Europa) ou um clima mais frio (como o efeito da Corrente fria de Labrador sobre Terra Nova, Canadá).
A temperatura diminui com a altitude. Regiões elevadas também podem ser mais chuvosas, pois o vapor d'água irá se condensar ao se elevar sobre uma massa de terra fria, produzindo chuva ou neve. Se os ventos que trazem as chuvas sobre uma região montanhosa vêm uma única direção, as terras desta direção serão mais chuvosas do que do lado oposto. Na Ilha do Sul, na Nova Zelândia, por exemplo, existe uma imensa precipitação no lado oeste dos Alpes Neozelandeses, mas, do lado leste, a precipitação em alguns locais é da ordem de apenas 330 mm.

Clima e vegetação:

O mapa ilustrando as regiões de vegetação do mundo é complicado pelo fato de tentar mostrar a distribuição original da vegetação natural, ou seja, antes de ser sensivelmente alterada pelo homem através de desmatamentos e agricultura. A distribuição de vegetação é influenciada pela altitude, inclinações do terreno, drenagem, tipos e camadas de solo e clima.
O clima é um importante fator para a determinação do tipo e da quantidade de plantas (e em menor grau dos animais) que podem viver em uma região. Há três tipos principais de ecossistemas terrestres: desertos, pastagens e florestas. A precipitação determina que tipo de vegetação irá ocorrer em uma determinada área. Se for inferior a 250 mm ao ano, geralmente haverá deserto. As pastagens podem ser encontradas quando a precipitação anual é de 250 a 750 mm; as áreas que recebem mais de 750 mm de precipitação anual são geralmente coberta de florestas. A temperatura média e a natureza das estações são importantes por se determinar o tipo de deserto, pastagem ou floresta. Sempre que a temperatura média mensal exceder 21ºC, podem existir desertos quentes, savanas e cerrados ou florestas tropicais.
Nas latitudes médias, as temperaturas do inverno são baixas o suficiente (um mês ou mais abaixo de 5ºC) para que a vegetação entre em estado de dormência. No outono, o crescimento para, as folhas caem e a plana atravessa os meses desfavoráveis do inverno em fase de inatividade ou repouso. Na primavera, quando a temperatura sobe, tem início a um novo crescimento. Nas altas latitudes, as condições de inverno são tais que resultam em quatro ou seis meses sem radiação solar e com temperaturas bem abaixo de 0ºC. As coníferas perenes podem sobreviver a essas condições, mas seu crescimento é muito lento e confinado aos verões curtos e amenos. Nas latitudes mais altas, as árvores desaparecem e apenas as plantas menores, de crescimento lento, sobrevivem.

Comparação entre uma floresta tropical com temperaturas altas
com a Taiga de temperaturas baixas.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Aula: Rios e Lagos

Os rios e os lagos formam a mais importante massa de água de superfície dos continentes. Os rios são volumes de água doce confinados em um canal em declive que deslocam em direção a outro rio, a um lago, ao mar ou, às vezes ao interior de um deserto. Rios pequenos e estreitos podem ser chamados de riachos ou córregos.
Lagos são extensões de água cercadas de terra que ocupam depressões da superfície da Terra. Normalmente, os lagos recebem a água de rios, mas, às vezes, são alimentados diretamente por suas nascentes. Os lagos geralmente perdem água através de algum escape ou de outro rio, embora existam os chamados lagos fechados, que não possuem escoamento e perdem água exclusivamente por evaporação.

A origem da água dos rios:

A água dos rios podem ter diversas origens, sendo que todas estão diretas ou indiretamente relacionados a precipitação - termo coletivo que designa  a umidade que se precipita da atmosfera sobre a superfície terrestre. A água que cai flui diretamente sobre os terrenos em declive como escoamento subáereo, que vai se concentrando até formar um córrego. Isso ocorre quando a superfície do solo é impermeável (isto é, quando a água não penetra nela, como acontece no caso de alguns tipos de rochas). A formação de córregos pode também ocorrer quando o solo já está saturado com água ou quando as chuvas são muito intensas.
Muitas vezes, contudo, a fonte das águas dos rios são as nascentes. Isto se deve ao fato de que a chuva normalmente encharca o solo e se acumula no subsolo ou se infiltra permeáveis ou porosas, dando origem aos lençóis subterrâneos. Na rocha permeável, a água penetra diretamente através da própria rocha, ao passo que na rocha porosa a água passa através de orifícios e fissuras. Depósitos rochosos que contém lençóis subterrâneos são conhecidos como aquíferos. As nascentes ocorrem em locais em que o topo do aquífero é interceptado pela superfície do solo. Os lençóis subterrâneos são importantes como fontes de água para os rios porque os abastecem mesmo na ausência de precipitações. Uma terceira fonte de água para os rios é o derretimento de precipitação sólida (neve) ou de neve que se transforma em gelo formando as geleiras ou lençóis de gelo.

   

Rios perenes, sazonais e temporários:

Existem rios em todos os principais meio ambientes do mundo, até mesmo em áreas polares e desérticas. Em áreas temperadas, como as da Europa Ocidental, e nas regiões úmidas dos trópicos, precipitações em grande escala ocorrem durante o ano todo e são responsáveis pelo constante reabastecimento dos lençóis subterrâneos, permitindo, com isso, que os rios corram o ano inteiro. Apesar disso, os rios perenes estão sujeitos a variações sazonais e diárias no volume de água que transportam (regime fluvial) devido a flutuações sazonais na precipitação e no volume adicional de água das tempestades.
Alguns rios apresentam regime sazonal, fenômeno observado particularmente em regiões de clima mediterrâneo, onde a diferença entre as estações do ano é muito acentuada, com invernos úmidos e verões secos. Os rios de áreas glaciais podem também apresentar regimes fluviais sazonais. Os córregos de regime glacial, que são alimentadas diretamente pelas geleiras, costumam existir durante os poucos meses de verão, época em que o gelo derrete. Em climas desérticos secos, os rios chegam a ficar secos por anos a fio por causa da infrequência de tempestades desérticas, chegando às vezes a existir apenas por alguns dias ou mesmo horas. No entanto, quando as tempestades ocorrem, esses rios temporários apresentam vazões fortíssimas, porque as chuvas que caem nos desertos são geralmente muito fortes. Com isso, adquirem força considerável, o que lhes confere a capacidade de erodir e transportar enormes quantidades de sedimentos.
Alguns desses desertos possuem rios perenes. O Nilo, por exemplo, apesar de regime fluvial nitidamente sazonal, corre o ano inteiro pelo interior desértico do Egito. De modo semelhante, o Rio Colorado percorre áreas desérticas do sudeste dos Estados Unidos. A razão pela qual estes outros rios existem permanentemente em desertos reside no fato de seus pontos de captação situarem-se em regiões de climas mais úmidos.      
Apenas rios muito curtos conseguem correr da nascente do mar sem se juntar a outros rios nem se tornar afluentes de um rio maior. Os rios, em sua maioria, fazem parte de uma rede hidrográfica, ocupando uma bacia hidrográfica. Na verdade, toda a superfície sólida da Terra pode ser dividida em bacias hidrográficas, sendo essas bacias separadas por terrenos relativamente elevados chamados de divisores de águas. Algumas bacias hidrográficas ocupam apenas alguns poucos quilômetros quadrados, ao passo que outras são enormes - a maior de todas, a Bacia Amazônica, estende-se por mais de 7 milhões de km².

Rios e paisagens:

Os rios constituem-se o principal elemento de transformação das paisagens. Desgastam-se rochas e sedimentos, cortam canais e até vales, chegando mesmo a alterar o aspecto geográfico de áreas de maior altitude. Às vezes, os canais são bem rasos, embora possam ter a profundidade do Grand Canyon do Rio Colorado, que atinge 1.500 m em alguns pontos. Os vales fluviais consumam ser representados em formato de V, mas, na realidade, sua forma varia de acordo com a posição no curso do rio, com a extensão do rio e com os tipos de rochas encontradas nas terras por onde ele passa.
Os rios também transportam vastas quantidades de materiais erodido por outros agentes - como as geleiras e os vento. Esses sedimentos podem ser depositados dentro dos canais dos próprios rios, em vales, formando as planícies aluviais, ou ainda ser carregados para lagos ou mares. A formação das planícies aluviais tente a provocar a diminuição no gradiente do canal do rio. Um gradiente mais suave indica que o rio pode formar meandros (canais com curvas sinuosas) nos macios depósitos das planícies aluviais. Com o passar do tempo, a erosão das margens do lado externo da curva do meandro (onde o fluxo é mais veloz) acaba por ratificar o canal, eliminando o meandro e dando origem a uma lagoa em forma de lua crescente.
Dentro de um canal de um rio que transporta uma carga particularmente grande de sedimentos, pode-se formar ilhas de lodo que dão origem a um padrão de canais entrelaçados. No ponto em que um rio com grande volume de sedimentos encontra o mar, a perda de energia por parte do rio pode provocar o depósito de sedimentos na costa formando um delta, como os rios Mississippi e Nilo. Ao longo dos séculos, os deltas podem formar extensas áreas de terra onde antes era o mar.
        
Lagos:
Os lagos podem surgir ao longo do curso do rio, em pontos de depressão do terreno. Em algumas circunstâncias, o lago pode determinar o ponto final do curso do rio. As depressões podem ser erosionais, formadas pela ação das geleiras ou vento, deposicionais, formadas por exemplo, por desmoronamentos que interrompem o curso do rio, ou estruturais, formados por movimentações na crosta da Terra, como por exemplo os vales em rift. Há ainda lagos que se formam atrás de morenas frontais de geleiras em regressão. Os lagos vulcânicos, formado pelo acumulo de precipitação em crateras vulcânicas, em geral não tem rios de alimentação ou de escoamento.
Em climas quentes e relativamente secos, os lagos perdem grande quantidade de água por evaporação. Com isso, a concentração de sais se intensifica e a água do lago se torna salgada. O Mar Cáspio, o Mar de Aral, e o Mar Morto são todos lagos salgados. Os três possuem saída de escoamento, mas lagos como estes, que perdem por evaporação a mesma quantidade de água que recebem de suas fontes, são, na verdade, lagos fechados.
Mar Morto

domingo, 15 de junho de 2014

Exercícios Questões Ambientais

1) (ENEM) Encontram-se descritas a seguir algumas das características das águas que servem três diferentes regiões.

Região I - Qualidade da água pouco comprometida por cargas poluidoras, casos isolados de mananciais comprometidos por lançamento de esgotos; assoreamento de alguns mananciais.
Região II - Qualidade comprometida por cargas poluidoras urbanas e industriais; área sujeita a inundações; exportação de carga poluidora para outras unidades hidrográficas.
Região III - Qualidade comprometida por cargas poluidoras domésticas e industriais e por lançamento de esgotos; problemas isolados de inundação; uso da água para irrigação.
De acordo com essas características, pode-se concluir que:
a) a região I é de alta densidade populacional, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgoto.
b) na região I ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com práticas agrícolas que estão evitando a erosão do solo.
c) a região II tem predominância de atividade agrícola, muitas pastagens e parque industrial inexpressivo.
d) na região III ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com pouca ou nenhuma estação de tratamento de esgotos.
e) a região III é de intensa concentração industrial e urbana, com solo impermeabilizado e com amplo
tratamento de esgotos.

2) (FUVEST) As afirmações seguintes relacionam-se a acordos internacionais – Rio de Janeiro (1992) e Kyoto (1997) – para redução da emissão de gases que intensificam o efeito-estufa (gases-estufa).
I. Os Estados Unidos, destaque nas negociações, são o principal país a emitir gases-estufa devido ao
grande volume de sua atividade econômica.
II. O Brasil propôs, no Rio de Janeiro, que um país possa comprar, de outro, parte da cota de emissão de gases-estufa.
III. Os acordos internacionais esbarram em interesses dos produtores de petróleo e de automóveis.
IV. Os países, em Kyoto, concordaram em diminuir, no início do século XXI, a emissão de gases-estufa.

Esta correto apenas o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, II, III e IV.
d) II e IV.
e) II, III e IV.

3) (PUC-MG) Entendendo que conservacionismo é uma moderna preocupação em utilizar racionalmente os recursos naturais, de forma a evitar desperdícios, é CORRETO afirmar que
a) Após cada colheita, sucessivamente, sejam feitos novos plantios, até que o solo se esgote.
b) Sejam feitas severas limitações da pesca, em determinados períodos, para que não se comprometa a reprodução de peixes.
c) Seja evitada a exploração racional de jazidas minerais, para que possa ser garantida a formação de
reservas.
d) Seja modernizada a agricultura com a intensificação da irrigação e uso em grande escala de defensivos agrícolas.
e) Seja feita a substituição de vegetação nativa, herbácea ou arbustiva, por florestas artificiais homogêneas. 

4) (ENEM) No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e oceanos irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. É então represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada em motores e outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem para represar a água.
Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção, devem ser destacados:
a) aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.
b) chuva ácida e efeito estufa.
c) alagamentos e intensificação do efeito estufa.
d) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
e) alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.

5) (PUC-MG) Ao se relacionar o capitalismo às questões ambientais, é correto afirmar, EXCETO:

 a) A Revolução Industrial é um marco do capitalismo, bem como do crescimento da poluição ambiental.
b) Elementos da natureza, como a água, o solo, as plantas e os animais, se transformam em mercadoria.
c) A sociedade de consumo, imposta pelo capitalismo, gera enormes desperdícios dos recursos naturais.
d) A busca de lucros excessivos leva à intensificação da produção e da poluição ambiental.
e) No mundo de hoje, o controle da poluição, gerada pelo crescimento do capitalismo, passa a ser um
problema apenas de ordem técnica.

6) (UFF) A Antártida é um continente gelado de aproximadamente 14.000.000 km2. Lá não existem cidades, indústrias ou campos agricultáveis, porém muitos países reivindicam parcelas do seu território. Tal fato pode ser explicado porque:

a) A posição da Antártida no extremo do hemisfério Norte é ideal para localização de bases militares para o controle do Oceano Atlântico.
b) O buraco na camada de ozônio sobre o continente antártico é alvo de preocupações e exige rigoroso controle ambiental.
c) A grossa camada de gelo que encobre as terras da Antártida é um depósito natural e seguro para os
resíduos radioativos de usinas nucleares.
d) No subsolo da Antártida constatou-se a presença de jazidas de minerais estratégicos, especialmente
carvão e petróleo.
e) No ano 2.000 entra em vigor o “Tratado Antártico”, que prevê a instalação de bases militares e expedições colonizadoras na Antártida.

7) (ENEM) A construção de grandes projetos hidrelétricos também deve ser analisada do ponto de vista do regime das águas e de seu ciclo na região. Em relação ao ciclo da água, pode-se argumentar que a construção de grandes represas:

a) não causa impactos na região, uma vez que a quantidade total de água da Terra permanece constante.
b) não causa impactos na região, uma vez que a água que alimenta a represa prossegue depois rio abaixo com a mesma vazão e velocidade.
c) aumenta a velocidade dos rios, acelerando o ciclo da água na região.
d) aumenta a evaporação na região da represa, acompanhada também por um aumento local da umidade relativa do ar.
e) diminui a quantidade de água disponível para a realização do ciclo da água.

8)  (VUNESP-SP) As chamadas chuvas ácidas, tão comuns nas proximidades de Cubatão, são um dos
exemplos de como as sociedades humanas podem interferir na natureza, modificando-a. Do ponto de vista da ação antrópica essas chuvas são causadas por:
a) Encontro de massas de ar continentais e equatoriais úmidas.
b) Frente tropical, que provoca a ação de ventos alíseos.
c) Processos erosivos, presentes na Serra do Mar, que provocam grandes deslizamentos nas encostas
íngremes.
d) Emissão no ar de gases por veículos automotores; gases, poeiras e outros poluentes industriais.
e) Poluição hídrica dos mananciais que ficam protegidos por contínuo desmatamento.

9) (UFRN) “O avanço dos desertos pode ameaçar também os países desenvolvidos. As terras áridas têm ecossistemas frágeis com pequena capacidade de recuperar-se após a perturbação. Explorá-las durante o período de chuvas pode resultar num desastre para as plantas, para o solo, para o homem.”
Assinale a alternativa que minimizaria o problema relatado no texto.
a) Revolver bem a terra com tratores, buscando horizontes mais profundos, onde há maior umidade.
b) Não agrupar, do ponto de vista agrícola, áreas contíguas a desertos.
c) Cultivar espécies vegetais típicas de desertos na área semiárida.
d) Conhecer o ritmo da natureza e integrar as atividades a esse ritmo, deixando de plantar temporariamente em partes mais frágeis.
e) Não fazer lavouras e praticar o pastoreio intensivo, comprando ração de lugares mais úmidos. 

10) (UFU) “Buraco não, Buracão”. Assim se referiu a manchete da reportagem de 18/10/2000 da revista Veja sobre a falha na camada de ozônio que periodicamente aparece sobre a Antártida. Sobre este fenômeno é correto afirmar que, EXCETO
a) a causa do fenômeno está relacionada à queima excessiva de combustíveis fósseis que aumentam a
temperatura da Terra, ocasionando a dispersão dos raios infravermelhos para fora da atmosfera.
b) o fenômeno é provocado pela emissão de gás CFC (clorofluorcarbono), cujo cloro tem capacidade de destruir as moléculas de ozônio.
c) a principal consequência da diminuição da camada de ozônio é o aumento da incidência de raios solares ultravioletas.
d) a ocorrência da falha na Antártida se deve a uma conjugação de fatores, entre eles as correntes circulares de vento e incidência de luz solar em determinada época do ano, o que potencializa os efeitos destrutivos do CFC.

RESPOSTAS:

1 - D
2 - B
3 - B
4 - D
5 - E
6 - D
7 - C
8 - D
9 - D
10 - A

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Aula: Representações Gráficas da Superfície da Terra

Desde os primórdios da civilização o homem tenta representar o espaço habitado. Os povos primitivos desenhavam esse espaço normalmente sendo plano ou semi esférico. Esse espaço habitado ocupava o centro da representação sendo rodeado por figuras lendárias que transmitiam a ideia da existência de seres monstruosos e místicos que rodeavam o planeta. Veja alguns exemplos:
  • Os sumérios viam a Terra como um disco plano, tendo o centro o espaço habitado e conhecido. 
  • Pra os amoritas a Terra era um disco plano rodeado por um oceano, e existiam sete ilhas triangulares formando uma estrela. Em cada uma das sete pontas dessas estrelas haviam criaturas místicas que protegiam a Terra da invasão de seres monstruosos.
  • Os assírios tinham a visão que a Terra era circundada por um mar e rodeado por cadeias de montanhas onde moravam os deuses. Essas montanhas sustentavam a cúpula celeste.


Uma Representação na Índia Antiga que mostrava a Terra como um enorme disco plano. No centro do disco ficava o monte Meru, em torno deste girava o Sol, a Lua e as Estrelas.  





Representação para os Gregos:
A teoria que a Terra fosse plana foi uma das primeiras concepções gregas. A ideia de esfericidade surge com Pitágoras de Samos.
Erastótenes de Cirene foi o primeiro a determinar o tamanho do planeta esférico. Ele colocou um gnômon (Parte do relógio solar que possibilita a projeção da sombra) em Siena e outro em Alexandria.  Segundo Erastótenes as 12 horas do solstício de verão não havia sombra em Siena, enquanto em Alexandria, a distância de cinquenta dias de caminhada havia sombra projetada. Isso foi a primeira comprovação que a Terra não era plana e sim esférica.
Anaximandro de Mileto construiu o primeiro mapa-múndi gravado em pedra. Demócrito de Abdera introduz os conceitos de latitude e longitude. Com base nos conhecimentos matemáticos, Hiparco de Nicéia divide a Terra em 360 partes. Segundo ele as referências na Terra eram determinadas de acordo com a posição dos astros. 
Claudio Ptolomeu escreve a obra Geographike Syntaxis que é o resumo de todo o conhecimento grego, que era composta de oito volumes de pergaminhos manuscritos e ilustrados por um mapa-múndi, além de 26 mapas regionais que apresentavam detalhes continentais. O volume I dissertava sobre a construção do globo de Crates e a técnica de projeção de mapas. Do volume II ao VII era guias com uma extensa relação de aproximadamente 8000 nomes de lugares com coordenadas geográficas, latitude e longitude. O volume VIII contém os princípios da cartografia, geografia e matemática. Ensinava a construir e desenhar um mapa em projeção cônica. O mundo conhecido por Ptolomeu tinha 180º de longitude, 63º de latitude norte e 180º de latitude sul.


Gnomon de Sol


Representação na Idade Média:

As representações cartográficas na Alta Idade Média perdem as concepções que os gregos tinham sobre a forma da terra, passando a representar o mundo através de um conceito religioso e o explicando por meio dos ensinamentos bíblicos. Na Idade Média as pessoas achavam que a Terra era plana e o centro do universo e o sistema solar girava em torno do nosso planeta.

Em linhas gerais os mapas apresentavam um quadro conceitual com três linhas:

  • 1ª Linha: Era em forma retangular como o que servia de base ao ''Mundo Tabernáculo do Tratado de Topografia de Cosme Indicupleustes. No Tratado Topografia Cristã ele nega a ideia de esfericidade da Terra e dos Céus. Indicupleustes tem uma visão de um mundo fechado e infinito, em que a Terra está dentro de uma caixa fechada, semelhante a um tabernáculo.
  • 2ª Linha: Baseado nos Mapas ''Orbis Terrarun'' os mapas Isidorinos se originaram na Espanha com o famoso mapa ''T'' sobre ''O'', na maioria circulares.
  • 3ª Linha: Mapas manuscritos conhecidos como Beatos, em que o mundo é representado de forma retangular readequando o ''Orbis Terrarun'' a teologia cristã, com uma terra antípoda para mostrar que havia seres monstruosos nessa terra.
Mapa ''T'' sobre ''O''.

São Tomás de Aquino embute na ciência as obras de Aristóteles que defendia a esfericidade da Terra. Esse raciocínio exigia que a Terra fosse esférica e ocupasse o centro do universo, o que agradava os teólogos. A discussão da forma da Terra provoca duas sínteses:

1ª Bíblico Cratesiana.
2ª Bíblico Aristotélica.

Na Idade Média Tardia surgiram as Cartas Portulanas, que são anotações e desenhos das costas continentais feitas pelos navegadores.


Mapa na Idade Média

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Questões Discursivas: Biomas Terrestres

1) O que são biomas?
2) Explique e dê exemplo de uma Floresta Tropical
3) Qual a diferença da Tundra e da Taiga?
4) Leia o seguinte trecho de uma marchinha de carnaval:

        Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
        Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
        Atravessamos o deserto do Saara
        O Sol estava quente, queimou a nossa cara
        Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
        Mas que calor, ô ô ô ô ô ô...
Disponível em: http://letras.mus.br. Acesso em:  2 fev. 2014 (fragmento).

A música retrata um clima desértico. Explique as características de um Deserto.
5) Aonde se encontra a Floresta Boreal.
6) Caracterize uma Floresta Temperada.
7) Leia a seguinte afirmação:
''Nas regiões polares, os invernos são longos, escuros e muito frios e, durante o ano há muito pouca precipitação. Essas condições levam ao desenvolvimento de vegetação de __________, com arbustos baixos e forragem perenes, e de baixa diversidade biológica. Entretanto esse habitat é notável pelas adaptações encontradas entre plantas e animais para enfrentar um ambiente tão estressante.''
Qual o bioma se refere o texto?
8) É correto afirmar que os desertos são sempre quentes?
9) Caracterize a vegetação mediterrânea.
10) Disserte sobre a vegetação de montanha?

SUGESTÃO DE RESPOSTAS:

1) Bioma é um conjunto de diferentes ecossistemas, que possuem certo nível de homogeneidade. São as comunidades biológicas, ou seja, as populações de organismos da fauna e da flora interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico chamado biótipo.
2) A verdadeira floresta tropical úmida está confinada a uma estreita faixa próxima ao equador, onde ocorre pouca mudança de clima entre as estações, e a temperatura e a precipitação são sempre altas. As florestas tropicais contém mais matéria viva por unidade de área que qualquer outro ecossistema - geralmente mais de 45 kg/m². Um exemplo é a Floresta Amazônica.
3) A Taiga é uma floresta homogênea, de pinheiros e abetos, com folhas aciculifoliadas (em forma de agulha) que não acumulam neve durante o inverno. No solo, pouca vegetação rasteira: alguns liquens, musgos e arbustos. Já a Tundra é formada por musgos e algumas espécies herbáceas que aparecem no solo somente nos poucos meses de degelo. No resto do ano, o solo fica coberto de neve.
4) Desertos são regiões onde há considerável deficiência de água. A principal causa dessa aridez são as baixas precipitações, particularmente as chuvas, embora o índice pluviométrico das áreas desérticas sofra grandes variações de ano para ano. Apesar de não serem necessariamente quentes, muitos desertos encontram-se em regiões de clima quente, com elevadas taxas de evaporação que causam deficiência de água. A falta de umidade nos desertos dificulta as condições de vida humana, animal e vegetal.
5) Localizam-se ao norte da latitude 55º N.
6) Algumas áreas temperadas apresentam uma média de chuvas muito baixa para manter a cobertura de florestas. Essas áreas normalmente tem uma vegetação predominante de gramíneas e plantas herbáceas e uma fauna na qual os herbívoros predominam. Os campos temperados ocorrem, na maioria das vezes, nas regiões centrais dos principais continentes, afastados do mar, onde a precipitação é baixa e há uma ampla variação sazonal de temperatura.
7) Tundra.
8) Não necessariamente. Os Desertos são regiões onde há considerável deficiência de água. Como a deficiência de água é a principal características dos desertos, as regiões árticas e antárticas são as vezes chamadas de desertos polares, porque nelas a água geralmente não está disponível em sua forma líquida.
9) Nas áreas mediterrâneas, predomina uma mistura de arbustos decíduos e sempre verdes. verões secos se alternam com com invernos moderados e úmidos.
10) Os dias são mais curtos no verão e mais longos no inverno. Como o sol se encontra mais alto no céu, as temperaturas durante o dia podem ficar muito mais altas, provocando maior oscilação diária de temperatura. A precipitação também é normalmente mais alta, de forma que se pode acumular uma cobertura substancial no inverno, protegendo as plantas e animais das temperaturas mais baixas.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Aula: Desertos

Desertos são regiões onde há considerável deficiência de água. A principal causa dessa aridez são as baixas precipitações, particularmente as chuvas, embora o índice pluviométrico das áreas desérticas sofra grandes variações de ano para ano. Apesar de não serem necessariamente quentes, muitos desertos encontram-se em regiões de clima quente, com elevadas taxas de evaporação que causam deficiência de água. A falta de umidade nos desertos dificulta as condições de vida humana, animal e vegetal.
Como a deficiência de água é a principal características dos desertos, as regiões árticas e antárticas são as vezes chamadas de desertos polares, porque nelas a água geralmente não está disponível em sua forma líquida.

O que causa os desertos:

A localização de muitos desertos coincide com a de áreas caracterizadas por pressão atmosférica alta e estável, condições que não favorece a ocorrência de chuvas. Estas faixas tropicais de alta pressão são responsáveis por desertos como o Saara e o Kalahari, na África, e pelos desertos da Austrália e da Arábia.
Há outros desertos - como o de Gobi, na Ásia - cuja a sua existência se deve a sua continentalidade, ou seja, sua distância em relação ao mar, que os impede de serem alcançados os ventos úmidos dos oceanos. Esse efeitos pode ainda ser intensificado por fatores geográficos: a presença de barreiras montanhosas faz com que o ar úmido que vem do mar se precipite sobre elas como chuva ou neve e se torne seco após atravessá-las, dando origem a um deserto, como o encontrado no norte do Himalaia.
O deserto da costa oeste da África, na Namíbia, e o Atacama, no Chile, são afetados pela presença de correntes marítimas frias que percorrem a costa, resfriando o ar e evitando a evaporação da umidade proveniente da superfície do oceano e a formação de chuvas. Em alguns lugares do deserto do Atacama, não foi registrada chuva durante os 400 anos anteriores a 1971. A água fria do oceano, entretanto, provoca elevada incidência de névoa, que é a principal fonte de umidade dos desertos extremamente secos ou hiperáridos.
A atividade humana também pode contribuir para a criação de novas áreas desérticas - processo conhecido como desertificação.

O clima dos desertos:         

Alguns desertos são mais secos do que outros. Por este motivo, costuma-se fazer distinção entre áreas semi-áridas, que recebem em média de 200 a 500 mm de chuvas por ano, as áreas áridas com índice pluviométrico anual de 25 a 200 mm e áreas hiperáridas, que são tão secas que chegam a ficar anos a fio sem receber chuvas. Juntas, as áreas áridas e as hiperáridas formam os verdadeiros desertos do mundo. As áreas semi-áridas, frequentes nas margens dos desertos, correspondem a cerca de 15% da área terrestre, enquanto as áreas desérticas áridas e hiperáridas cobrem, respectivamente, cerca de 16% e 4% da superfície terrestre.
A maioria dos desertos tem verões quentes, com temperaturas médias superiores a 20ºC e temperaturas máximas que, ás vezes, superam 50ºC. No entanto, nos meses de inverno, as temperaturas sofrem grandes variações, devido as diferenças de latitude em que se encontram. Os desertos formados pelas faixas subtropicais de alta-pressão geralmente possuem os invernos mais quentes; de fato, em algumas partes do Deserto Arábico, as temperaturas médias nos meses mais frios ficam acima de 20ºC. Alguns, desertos, porém, têm invernos realmente frios. Partes do Saara Central são extremamente montanhosas, de modo que as altas altitudes contribuem para as baixas temperaturas no inverno. A temperatura média no mês mais frio no Deserto de Gobi fica abaixo de -20ºC, devido à sua grande distância em relação ao mar quanto à sua alta altitude.
Muitos desertos sofrem também grandes variações diárias de temperatura, apresentando dias quentes e noites frias. Neles, céus limpos, sem nuvens, deixam o calor escapar, enquanto o solo, desprovido de vegetação, não absorve calor. É o caso do Saara Central, que possui um registro de variação diária de temperatura superior a 55ºC: de 52ºC a -3,3ºC.

Paisagens desérticas:

A imagem que se tem dos desertos são vastas planícies de dunas de areia, sem plantas ou rochas à vista. Embora corresponda em alguns desertos, isto não significa que todos sejam assim, nem que esse tipo de paisagem seja típico dos desertos em geral.
O vento é um importante agente da formação da paisagem dos desertos, devido a limitada presença de vegetação, que protege a superfície do solo. O poder da erosão manifesta-se lançando jatos de areia sobre as faces nuas das rochas, tornado-as lisas e criando características como os yardangs. Se houver sedimentos em quantidade suficiente, o vento também transporta e deposita areia, dando origem às dunas. Esta areia provém geralmente de leitos secos de rios e lagos ou da costa. A erosão das superfícies nuas das rochas estimuladas pelas altas variações diárias de temperatura - também é responsável da formação de material particulado.
Embora as chuvas sejam escassas nos desertos, a ausência de vegetação e a alta intensidade de tempestades desérticas fazem com que a água adquira um papel importante na formação das paisagens desérticas. Os cursos de rios do deserto, geralmente chamados de uádis, são capazes de transportar grandes volumes de água e sedimentos durante as tempestades. Esse processo leva a formação de canyons e de áreas intensamente sulcadas, chamadas de voçorocas, em locais em que há grande quantidade de sedimentos maciços e altamente sujeitos à erosão. A presença de montanhas está associada à ocorrência de inundações repentinas, altamente erosivas. As grandes quantidades de sedimentos que tais inundações transportam são depositadas nos locais onde os rios se afastam das montanhas e prosseguem por terrenos mais suaves e planos, formando os leques aluviais. Com o tempo, a ação do vento e da água faz com que a paisagem se torne recortada por vales irregulares. Em áreas em que as rochas consistem de camadas horizontais - como nas áreas desérticas do Arizona e do Novo México, no sudeste dos Estados Unidos - este processo pode gerar a formação de colinas isoladas e de topo achatado, chamadas de mesas e buttes. Onde as rochas não se encontram assim estratificadas, ocorre a formação de elevações mais arredondadas, tipo ''ilhas''.
 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Aula: Formação do Relevo: As Montanhas

Montanhas e cordilheiras são criadas principalmente pela interação entre processos de formação de montanhas e o subsequente processo erosivo, que tende a destrui-las. As maiores cadeias de montanhas geralmente se localizam onde terremotos e vulcões são comuns. Esses fenômenos são causados pela colisão de placas em movimento que são empurradas uma sobre as outras, processo que deu origem a muitas cordilheiras - embora outros processos possam desempenhar um papel importante em sua formação.

As maiores cadeias de montanhas existentes atualmente - Os Alpes, o Himalaia, as Rochosas e os Andes - são relativamente jovens e resultam de colisões de placas ocorridas nos últimos 25 milhões de anos. Muito mais antigas são as terras altas da Escócia, as montanhas da Escandinávia e os Apalaches nos Estados Unidos, com cerca de 300 a 400 milhões de anos. Existem vestígios de cadeias ainda muito mais antigas, com até 3 bilhões de anos, na África e na Austrália.

Montanhas de dobramentos:

As maiores e mais complexas montanhas continentais do mundo são resultado da colisão de placas tectônicas. As montanhas diretamente formada por colisões são conhecidas como montanhas de dobramento, por apresentarem dobras e falhas e serem deformadas pelas enormes pressões da colisão. Em alguns casos, a colisão ocorre entre massas de terra: a Índia pressiona o resto da Ásia, formando o Himalaia, e a África é empurrada contra a Europa, produzindo os Alpes. Em outros casos, a colisão ocorre entre uma placa oceânica e um continente: a placa do Pacífico está se estendendo em direção a América do Sul, formando os Andes. O Himalaia, os Alpes e os Andes ainda estão sendo formados, mas algumas cordilheiras - como os Urais e os Apalaches, resultam de colisões mais antigas que há muito tempo já cesaram.
 

Montanhas de blocos falhados e sobrelevadas:

Existem outros tipos de montanhas em que colisões de placas não são um fator muito importante na sua formação: as montanhas de blocos falhados, em que um bloco central da crosta afunda e os blocos adjacentes são forçados para cima. Montanhas desse tipo definem a região do Basin and Range, no oeste dos Estados Unidos (Nevada e partes de Utah, Novo México, Arizona e Califórnia), e formam a Sierra Nevada, na Califórnia, e a cadeia Teton, em Wyoming. Nas montanhas sobrelevadas, um bloco central é forçado para cima. Exemplos são a s Black Hills, em Dakota, e os Adirondacks, em Nova York.
 

Montanhas de origem vulcânica:

Montanhas espetaculares podem ser formadas pela ação vulcânica. O Mauna Loa, no Havaí, é a montanha mais alta do mundo (10.203 m.) se medida a partir do fundo do Oceano Pacífico - embora menos da metade esteja a cima do nível do mar. Muitos mais importantes que esses vulcões isolados são as cadeias oceânicas, onde das quais ocorrem a maior parte do vulcanismo da Terra. Um vulcanismo intenso ocorrem também onde placas oceânicas e continentais colidem. Grande parte da massa dos andes, por exemplo, deve-se a atividade vulcânica.
A erosão e a destruição de vulcões continentais isolados podem ocorrem rapidamente. Alguns vulcões são parcialmente autodestrutivos  - como o Santa Helena, no noroeste dos Estados Unidos, que explodiu parte de sua parede lateral em 1980, ou o Vesúvio, cuja a cratera desintegrou-se no ano 79. Outros são completamente autodestrutivos - como o Krakatau, na Indonésia, que se destruiu totalmente em 1883.
Além desses episódios espetaculares, a erosão dos vulcões pode ser bastante rápida, já que as cinzas soltas das quais são parcialmente formados são facilmente carregados pela água da chuva. No caso de alguns vulcões andinos, tremores de terra provocam avalanches que atingem os vales próximos. Uma avalanche desse tipo ocorreu em 1970, quando cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rochas e gelo desmoronaram em Huascarán, no Peru, destruindo diversas cidades e vilarejos situados até 20 km de distância e matando milhares de habitantes.
Os vulcões oceânico são facilmente erodidos pela ação das ondas, como no caso do vulcão Surtsey, que nos anos 60 estava acima do nível do nível da água perto da costa da Islândia e hoje encontra-se quase completamente erodido.
Por outro lado, vulcões formados por rochas mais duras podem resistir indefinidamente. no fundo do Oceano Pacífico, há milhares de montanhas de cones de vulcões extintos (montes submarinos) e diversas partes do mundo há restos vulcânicos com centenas de milhões de anos.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Questões Discursivas: Urbanização

1) O que significa urbanização
2) Defina o termo conurbação
3) Comente sobre a urbanização no Brasil.
4) O mapa abaixo apresenta a cidade de Curitiba e o seu entorno. Como são chamadas essas cidades que se localizam ao redor de uma metrópole? Explique.


Ficheiro:Mapa-regiao-metropolitana2.gif 

5) Quais as consequências da falta de planejamento urbano?
6) Segundo os conceitos geográficos o que são favelas?
7) Quais os critérios para se definir uma área urbana?
8) Comente sobre o sistema público de transporte.
9) Explique o que são megalópoles e cite exemplos?
10) Qual a influência do êxodo rural para o processo de urbanização.

SUGESTÕES DE RESPOSTAS:

1) Em geografia, urbanização é um conceito populacional que indica o crescimento da parcela da população que vive nas cidades, em comparação com a das zonas rurais. Também refere-se aos recursos de que a população precisa e a cidade oferece,
2) Conurbação é quando as aglomerações urbanas de duas cidades se encontram, formando uma única mancha urbana. É o que se observa ao redor do município de São Paulo, em que ficaram fisicamente emendadas a capital e outras cidades que se encontram a sua volta.
3) A partir dos anos de 1950, o crescimento demográfico urbano brasileiro foi alimentado pela industrialização. A mecanização na agricultura e a falta de uma reforma agrária acentuam o êxodo rural e a busca de empregos nas cidades.
4) São chamadas de regiões metropolitanas. Elas são aglomerados urbanos, conjunto formado por cidades muito próximas umas das outras, que compartilham infraestrutura e problemas. Quando reconhecidas são decretadas administrativamente. Em 2012, o IBGE contava com 56 regiões metropolitanas no país.
5) A consequências são o processo de favelização, falta de saneamento básico, sistema de transporte público precário, entre outros.
6) Favelas são aglomerados subnormais, que de acordo com o critério da ONU são consideradas residências muito pobres ou barracos as casas que não possuem os quatro itens tido como essências:  água encanada, boas condições sanitárias (esgoto coletado ou fossa séptica), espaço suficiente (máximo de três pessoas dividindo um mesmo cômodo, estrutura e qualidade da construção.
7) Os países da Europa usam um critério de densidade demográfica e consideram que uma área é urbana quando 85% de sua população vive concentrada em 150 moradores por quilômetro quadrado. Já o Brasil considera toda a sede de município ou distrito como área urbana, mesmo com poucos moradores.
8) O direito de ir e vir é um dos mais prejudicados nas cidades, pela falta de planejamento e priorização do transporte público, pela estagnação do transporte ferroviário e pela construção tardia de linhas de metrôs.
9) O termo megalópole se aplica há um conjunto de regiões metropolitanas, cujo crescimento urbano acelerado leva o contato da área de influência de uma com as outras. Em outras palavras, as megalópoles são formadas pela conurbação de cidades populosas e com alto nível de urbanização. Tóquio,  Cidade do México e São Paulo são exemplos de megalópoles.
10) Com o êxodo rural as pessoas saíram do campo para as cidades aumentando o contingente populacional, favorecendo o processo de favelização com carência de saneamento.

Mais exercícios: Exercícios Urbanização II

domingo, 19 de janeiro de 2014

Aula: Cartografia

Tudo começou quando o homem pré-histórico passou a desenhar no interior das cavernas a localização de seu entorno. Foi assim que surgiram os primeiros mapas. A medida que o homem foi conquistando novos espaços, cruzando mares e aprimorando as técnicas cartográficas, os mapas se tornaram mais sofisticados. Hoje, com a ajuda de poderosos satélites, até mesmo as mais inóspitas regiões do planeta são reproduzidas com alta precisão.
Com o passar dos séculos, os mapas tiveram importantes funções estratégicas: ajudaram a impulsionar a expansão marítimo-comercial  europeia no século XV e atualmente são fundamentais para que as administrações públicas desenvolvam projetos de organização territorial. Com os mapas é possível realizar vários tipos de levantamento, seja ele político, socioeconômico ou ambiental. Por isso eles são imprescindíveis no estudo da geografia física e humana e à compreensão dos principais temas que movem o mundo.
Qualquer representação geométrica da superfície terrestre, ou mesmo parte dela, pode ser considerada um mapa - desde o desenho pouco apurado do homem pré histórico até o mais completo planisfério produzido pela Nasa recentemente. Sejam eles rudimentares, sejam eles complexos, é importante ressaltar que os mapas possuem uma linguagem própria, com símbolos, indicadores e representações que facilitam sua interpretação. Conheça mais os recursos utilizados pelos cartógrafos para reproduzir diferentes informações gráficas:


Coordenadas Geográficas:                                 

Para determinar qualquer ponto da superfície terrestre com precisão, criou-se um sistema que quadriculou o planeta por meio do estabelecimento de duas coordenadas geográficas:

  • Os meridianos são linhas imaginárias verticais que cortam a terra no sentido norte-sul, de um polo a outro do globo.
  • Os paralelos são linhas imaginárias horizontais, perpendiculares aos meridianos, que cortam a terra no sentido leste-oeste
Os meridianos nos indicam a longitude, que é a distância expressa em graus entre uma região no mapa e o ponto zero - o meridiano de Greenwich.
Os paralelos determinam a latitude, que também expressa em graus, e nos indica a distância entre um local no planisfério e um ponto zero - a linha do Equador.
Para visualizar uma localização específica de um ponto na superfície terrestre, é só fazer o cruzamento do meridiano com o paralelo, como em um daqueles antigo jogos de batalha naval, e obter dados de longitude e latitude. Veja abaixo:


Fusos Horários:

Em 2008, o Brasil passou a contar com três fusos horários, em vez de quatro. Com a medida, os fusos do estado do Acre e da parte do Amazonas e do Pará foram modificados.
Oficialmente, mudar os fusos é uma questão teórica. A principio, eles são determinados pelos meridianos, linhas imaginárias traçadas de um polo a outro da Terra. São 24 fusos, obtidas a cada 15º da esfera completa de 360º - a divisão foi feita assim porque, em razão da rotação da Terra, as várias porções da superfície terrestre são iluminadas de forma diferenciada no decorrer do dia, que tem 24 horas. Assim, cada um dos 24 fusos corresponde a uma hora. O ponto de referência do horário mundial é a hora de Greenwich (GMT), na faixa do meridiano que corta a cidade de Greenwich, na Inglaterra - indo para leste, adianta-se o relógio; e para oeste, deve-se atrasá-lo.
Mas, como os limites das linhas são uma convenção, os fusos acabam sendo maleáveis. No caso do Acre, por exemplo, o que se deu foi uma leve adaptação do meridiano. E essas mudanças ocorrem no mundo todo. Em 2010, a Rússia, que, com sua vastidão territorial, decidiu reduzir para "apenas" nove.

Com a entrada do horário de verão, o Brasil mantém seus três fusos, mas muda a disposição deles, pois as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do estado do Tocantins, adiantam o relógio em uma hora. O objetivo é aproveitar a luz solar, já que durante o verão, ao sul da linha do Equador, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde. A medida provoca uma importante redução de energia.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Aula: Formação das Rochas

A Terra está continuamente reciclando as suas rochas. O material que chega a superfície é erodido, transportado e acaba retornando ao seu interior, onde o ciclo reinicia. Esse processo é conhecido como ciclo das rochas ou ciclo geológico. A energia que impulsiona o ciclo provém do Sol (que alimenta os processos de erosão) e do interior da Terra (que gera atividade vulcânica e elevação).
 

Rochas Ígneas ou Magmáticas:

O magma - que chega à superfície através de vulcões - possui uma misturas de óxidos (compostos com oxigênio) e silicatos (compostos com silício e oxigênio). Ao se esfriar e se solidificar, os óxidos e silicatos dão origem a uma mistura complexa de cristais minerais. A natureza e a propriedade dos cristais dependem da composição do magma e das condições físicas sob as quais se cristalizou. Como ambas variam muito, existem milhares de tipos diferentes de rochas ígneas.
As rochas ígneas que se formam sob a superfície são conhecidas como extrusivas. As que se formam dentro da crosta, a partir do magma que não chega a atingir a superfície, são chamadas de intrusivas. Essas resfriam-se mais lentamente porque, estando entre outras rochas e não tendo contato direto com o ar, seu calor demora s se dissipar. Como resultado, seus cristais têm mais tempo para crescer e seus grãos minerais são maiores.
Apesar da grande variedade, apenas seis delas são responsáveis pela maior parte dos componentes ígneos da crosta: granito, diorito e gabro, rochas intrusivas de grãos grosseiros, e riólito, andesita  e basalto, rochas extrusivas de granulação mais fina.
Grande parte da lava produzida nas bordas das placas construtivas é formada de basalto. O basalto e a andesita são gerados em bordas de placas destrutivas, assim como, às vezes, o riólito. O granito é comum na crosta continental superior, enquanto o gabro predomina na crosta continental inferior.

Basalto
Rochas Sedimentares:

Pelo menos 75% das rochas sedimentares são clásticas, derivadas dos produtos da erosão de outras rochas. Todas as rochas, inclusive as de grandes cadeias de montanhas, são reduzidas a fragmentos cada vez menores. Partículas suficientemente pequenas são transportadas por água, veto ou gelo indo normalmente se depositar no fundo dos oceanos, onde são compactadas, formando rochas duras. A rocha sedimentar mais comum é o arenito.
Os 25% restantes dos sedimentos são de origem química ou orgânica. Os rios dissolvem os minerais das rochas pelos caminhos por onde passam e as soluções minerais vão para os oceanos. quando o ponto de saturação de um determinado mineral é atingido, o excesso se precipita na forma de partículas sólidas, que vão para o fundo do oceano. A rocha sedimentar química mais comum é o calcário (Carbonato de Cálcio - CaCO3).
Nem todo calcário, entretanto, se precipita quimicamente. Muitos organismos oceânicos extraem o carbonato de cálcio da água para construir suas conchas; quando morrem, suas conchas afundam, dando origem a sedimentos que serão reaproveitados para outros organismos. A rocha sedimentar orgânica mais comum é também o calcário, embora alguns organismos produzam sedimentos de sílica (SiO2).
A maior parte das rochas sedimentares é uma mistura de rochas de origem clástica, química e orgânica, sendo que, em geral, um dos tipos predomina sobre os outros.

Calcário 
Calcário
Rochas Metamórficas :

Quando as rochas ígneas ou sedimentares são submetidas a altas temperaturas e pressões, principalmente em presença de fluídos infiltrantes, sua estrutura interna, e às vezes até a sua composição mineralógica, sofre alterações. Os processos são conhecidos coletivamente como metamorfismo. A temperatura e a pressão necessárias para que o metamorfismo ocorra são, respectivamente, de 300º C e 100 megapascais.
As condições mais extremas na crosta terrestre ocorrem nas bordas das placas, onde os continentes colidem-se entre si. Dependendo da temperatura e da pressão, vários graus de metamorfismo se manifestam; no mais intenso (alto grau), a estrutura das rochas, os poros e até mesmo os fósseis encontram-se tão obliterados que o tipo original da rocha não pode ser mais identificado.
Em decorrência do realinhamento dos minerais sob pressão, muitas das rochas metamórficas apresentam camadas ou faixas. Às vezes, a sobreposição das camadas não é visível, mas pode ser detectada pela maneira de como a rocha se quebra. Um exemplo comum desse caso é a ardósia, que se quebra com facilidade em lâminas finas, ao longo de seus planos de acamadamento.
Nem todas as rochas metamórficas, contudo, apresentam camadas. O mármore, formado pelo metamorfismo do calcário, e o quartzito, derivado do arenito, são exemplos de rochas metamórficas sem camadas.

   
Mármore