terça-feira, 17 de junho de 2014

Aula: Rios e Lagos

Os rios e os lagos formam a mais importante massa de água de superfície dos continentes. Os rios são volumes de água doce confinados em um canal em declive que deslocam em direção a outro rio, a um lago, ao mar ou, às vezes ao interior de um deserto. Rios pequenos e estreitos podem ser chamados de riachos ou córregos.
Lagos são extensões de água cercadas de terra que ocupam depressões da superfície da Terra. Normalmente, os lagos recebem a água de rios, mas, às vezes, são alimentados diretamente por suas nascentes. Os lagos geralmente perdem água através de algum escape ou de outro rio, embora existam os chamados lagos fechados, que não possuem escoamento e perdem água exclusivamente por evaporação.

A origem da água dos rios:

A água dos rios podem ter diversas origens, sendo que todas estão diretas ou indiretamente relacionados a precipitação - termo coletivo que designa  a umidade que se precipita da atmosfera sobre a superfície terrestre. A água que cai flui diretamente sobre os terrenos em declive como escoamento subáereo, que vai se concentrando até formar um córrego. Isso ocorre quando a superfície do solo é impermeável (isto é, quando a água não penetra nela, como acontece no caso de alguns tipos de rochas). A formação de córregos pode também ocorrer quando o solo já está saturado com água ou quando as chuvas são muito intensas.
Muitas vezes, contudo, a fonte das águas dos rios são as nascentes. Isto se deve ao fato de que a chuva normalmente encharca o solo e se acumula no subsolo ou se infiltra permeáveis ou porosas, dando origem aos lençóis subterrâneos. Na rocha permeável, a água penetra diretamente através da própria rocha, ao passo que na rocha porosa a água passa através de orifícios e fissuras. Depósitos rochosos que contém lençóis subterrâneos são conhecidos como aquíferos. As nascentes ocorrem em locais em que o topo do aquífero é interceptado pela superfície do solo. Os lençóis subterrâneos são importantes como fontes de água para os rios porque os abastecem mesmo na ausência de precipitações. Uma terceira fonte de água para os rios é o derretimento de precipitação sólida (neve) ou de neve que se transforma em gelo formando as geleiras ou lençóis de gelo.

   

Rios perenes, sazonais e temporários:

Existem rios em todos os principais meio ambientes do mundo, até mesmo em áreas polares e desérticas. Em áreas temperadas, como as da Europa Ocidental, e nas regiões úmidas dos trópicos, precipitações em grande escala ocorrem durante o ano todo e são responsáveis pelo constante reabastecimento dos lençóis subterrâneos, permitindo, com isso, que os rios corram o ano inteiro. Apesar disso, os rios perenes estão sujeitos a variações sazonais e diárias no volume de água que transportam (regime fluvial) devido a flutuações sazonais na precipitação e no volume adicional de água das tempestades.
Alguns rios apresentam regime sazonal, fenômeno observado particularmente em regiões de clima mediterrâneo, onde a diferença entre as estações do ano é muito acentuada, com invernos úmidos e verões secos. Os rios de áreas glaciais podem também apresentar regimes fluviais sazonais. Os córregos de regime glacial, que são alimentadas diretamente pelas geleiras, costumam existir durante os poucos meses de verão, época em que o gelo derrete. Em climas desérticos secos, os rios chegam a ficar secos por anos a fio por causa da infrequência de tempestades desérticas, chegando às vezes a existir apenas por alguns dias ou mesmo horas. No entanto, quando as tempestades ocorrem, esses rios temporários apresentam vazões fortíssimas, porque as chuvas que caem nos desertos são geralmente muito fortes. Com isso, adquirem força considerável, o que lhes confere a capacidade de erodir e transportar enormes quantidades de sedimentos.
Alguns desses desertos possuem rios perenes. O Nilo, por exemplo, apesar de regime fluvial nitidamente sazonal, corre o ano inteiro pelo interior desértico do Egito. De modo semelhante, o Rio Colorado percorre áreas desérticas do sudeste dos Estados Unidos. A razão pela qual estes outros rios existem permanentemente em desertos reside no fato de seus pontos de captação situarem-se em regiões de climas mais úmidos.      
Apenas rios muito curtos conseguem correr da nascente do mar sem se juntar a outros rios nem se tornar afluentes de um rio maior. Os rios, em sua maioria, fazem parte de uma rede hidrográfica, ocupando uma bacia hidrográfica. Na verdade, toda a superfície sólida da Terra pode ser dividida em bacias hidrográficas, sendo essas bacias separadas por terrenos relativamente elevados chamados de divisores de águas. Algumas bacias hidrográficas ocupam apenas alguns poucos quilômetros quadrados, ao passo que outras são enormes - a maior de todas, a Bacia Amazônica, estende-se por mais de 7 milhões de km².

Rios e paisagens:

Os rios constituem-se o principal elemento de transformação das paisagens. Desgastam-se rochas e sedimentos, cortam canais e até vales, chegando mesmo a alterar o aspecto geográfico de áreas de maior altitude. Às vezes, os canais são bem rasos, embora possam ter a profundidade do Grand Canyon do Rio Colorado, que atinge 1.500 m em alguns pontos. Os vales fluviais consumam ser representados em formato de V, mas, na realidade, sua forma varia de acordo com a posição no curso do rio, com a extensão do rio e com os tipos de rochas encontradas nas terras por onde ele passa.
Os rios também transportam vastas quantidades de materiais erodido por outros agentes - como as geleiras e os vento. Esses sedimentos podem ser depositados dentro dos canais dos próprios rios, em vales, formando as planícies aluviais, ou ainda ser carregados para lagos ou mares. A formação das planícies aluviais tente a provocar a diminuição no gradiente do canal do rio. Um gradiente mais suave indica que o rio pode formar meandros (canais com curvas sinuosas) nos macios depósitos das planícies aluviais. Com o passar do tempo, a erosão das margens do lado externo da curva do meandro (onde o fluxo é mais veloz) acaba por ratificar o canal, eliminando o meandro e dando origem a uma lagoa em forma de lua crescente.
Dentro de um canal de um rio que transporta uma carga particularmente grande de sedimentos, pode-se formar ilhas de lodo que dão origem a um padrão de canais entrelaçados. No ponto em que um rio com grande volume de sedimentos encontra o mar, a perda de energia por parte do rio pode provocar o depósito de sedimentos na costa formando um delta, como os rios Mississippi e Nilo. Ao longo dos séculos, os deltas podem formar extensas áreas de terra onde antes era o mar.
        
Lagos:
Os lagos podem surgir ao longo do curso do rio, em pontos de depressão do terreno. Em algumas circunstâncias, o lago pode determinar o ponto final do curso do rio. As depressões podem ser erosionais, formadas pela ação das geleiras ou vento, deposicionais, formadas por exemplo, por desmoronamentos que interrompem o curso do rio, ou estruturais, formados por movimentações na crosta da Terra, como por exemplo os vales em rift. Há ainda lagos que se formam atrás de morenas frontais de geleiras em regressão. Os lagos vulcânicos, formado pelo acumulo de precipitação em crateras vulcânicas, em geral não tem rios de alimentação ou de escoamento.
Em climas quentes e relativamente secos, os lagos perdem grande quantidade de água por evaporação. Com isso, a concentração de sais se intensifica e a água do lago se torna salgada. O Mar Cáspio, o Mar de Aral, e o Mar Morto são todos lagos salgados. Os três possuem saída de escoamento, mas lagos como estes, que perdem por evaporação a mesma quantidade de água que recebem de suas fontes, são, na verdade, lagos fechados.
Mar Morto

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