domingo, 20 de outubro de 2013

Aula: Hidrosfera

Água doce:

Apesar da água dominar a paisagem do globo, a quantidade de H2O disponível para o nosso consumo é irrisória: do 1,4 bilhão de  quilômetros cúbicos de água da hidrosfera, apenas 2,5% são de água doce. Mas a garganta começa a secar mesmo quando observamos que a distribuição desse pequeno "filete" de água doce: a maior parte, quase 70%, está sob a forma de gelo, ou seja, indisponível nos polos.
As principais fontes para matar a sede dos bilhões de seres vivos no mundo são: as águas subterrâneas, captadas por meio da exploração de poços; as águas de superfície, que englobam desde lagos e rios até a umidade do solo; e a água presente na atmosfera. Tudo isso, junto, contudo, não atinge 1% do volume da hidrosfera, o resto da água, como vimos está aprisionado nas geleiras. Seja como for, mesmo que o volume relativo seja mínimo, os números absolutos de H2O à nossa disposição, felizmente, ainda são assombrosos. Confira a seguir os reservatórios que guardam  todo esse precioso líquido.

 

Águas subterrâneas:

São o segundo grande depósito de água doce da Terra, com 30,1%  do volume total. Ocupam espaços existentes entre as rochas do subsolo e se deslocam pelo efeito da força da gravidade. Originárias do acúmulo de água das chuvas que se infiltra pela superfície, elas têm importante papel da unidade do solo e na alimentação dos rios e lagos
No Brasil, as reservas de água subterrânea nos aquíferos são estimadas em 112mil quilômetros cúbicos. Neles a água distribui de maneira irregular e em grandes extensões, o que dificulta a obtenção de dados precisos sobre esses reservatórios subterrâneos. Calcula-se que existam 27 aquíferos principais no país. O Aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, ocupando aproximadamente 1,1 milhão de quilômetros quadrados. Deste total 70% estão em território brasileiro, estendendo-se do Centro-Oeste ao Sudeste e Sul, e o restante em território do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. As reservas potencias calculadas do Guarani são de 37 trilhões metros cúbicos de água.
Outro importante aquífero brasileiro é o Alter do Chão, na Amazônia. Estudos preliminares o situa entre os maiores do mundo em volume de água. Com área de 437,5 mil quilômetros quadrados, há projeções que indicam que o Alter do Chão tenha 86 trilhões de metros cúbicos de água, o que, caso confirmado, superaria em muito o Guarani.
 
Lagos:

Os lagos, definidos conceitualmente como corpos de água parada, são a maioria da água doce de superfície disponível para o consumo. Podem ser formados de várias maneiras: por acúmulo de águas da chuva, afloramento de uma nascente, pela alimentação de rios ou pela erosão glacial (desgaste das rochas provocado pelo movimento das geleiras). Essa última explica a origem dos Grandes Lagos da América do Norte, que abrigam 27% da água doce proveniente de lagos do planeta.
Também são lagos os mares fechados, sem ligação com o oceano, como o mar Cáspio, o maior lago do mundo, com área de 370 mil quilômetros quadrados, e o mar Morto. Outro mar, o de Aral, enfrenta um enorme desastre ambiental e perdeu 90% de seu volume total de água.

     

Rios:

São recursos naturais de água que se deslocam de um ponto mais alto (nascente) até o ponto mais baixo (foz ou desembocadura), onde lançam suas águas. A foz pode ser um mar, lago, pântano ou rio. Os rios aumentam de volume progressivamente ao longo de seu percurso, alimentado de novos cursos de água, outros rios, riachos ou nascentes.
As chuvas também reforçam os cursos dos rios, pois as águas se infiltram o terreno ou escorrem em filetes até atingir os riachos. A parte absorvida pelo solo penetra até estratos inferiores, formados por rochas impermeáveis, e continua se movimentando subterraneamente conforme a inclinação da camada rochosa, criando os lençóis freáticos. Mais adiante, essa água retorna a superfície em nascentes, que alimentam os cursos de água. O derretimento de neve no cume das montanhas é outro fator que participa na formação dos rios.

Rio Iguaçu


Geleiras:

Reservatório de 68,7% da água doce do planeta, as geleiras são enormes massas formadas pelo acúmulo de neve no decorrer de milhares de anos. Existem em áreas planas próximas aos polos ou na forma de imensos rios de gelo que avançam lentamente pelos vales em altas latitudes ou em cordilheiras elevadas.
As geleiras se movimentam: descem encostas pela ação da gravidade ou se espalham pelo solo com a força de seu peso. Em seu trajeto, elas desgastam as rochas e, ao chegar aos mares e lagos, dão origem as plataformas de gelo. Os icebergs são massas de gelo que se desprendem dessas plataformas e flutuam pelos oceanos.

 

O ciclo hidrológico:

Toda a água disponível no planeta está em constante renovação. Esse processo no qual a água se desloca da superfície terrestre e da atmosfera, passando pelos estados líquido, sólido e gasoso, recebe o nome de ciclo hidrológico.
Um dos responsáveis por esse processo é a energia solar, que incide na superfície do planeta que provoca a evapotranspiração das águas, ou seja, elas passam do estado líquido para o gasoso. A evaporação dos oceanos corre com maior intensidade, mais o fenômeno acontece ainda em rios, lagos e demais águas continentais. A transpiração das plantas contribui para a evaporação da água.
O vapor de água resultante desse processo ás origem ás nuvens, que se deslocam com o movimento de rotação da Terra e dos ventos. Quando as nuvens se condensam, ocorre a precipitação, e a água volta para a superfície terrestre, atingindo tanto o continente quanto os oceanos. Essa precipitação pode ser líquida, no caso das chuvas, ou sólida, se cair na forma de neve ou granizo. Tudo depende das condições climáticas da região.
Ao atingir os continentes, a água da precipitação pode ocorrer alguns caminhos:
 - Volta para a atmosfera, em um novo processo de evapotranspiração;
 - Infiltra-se no solo, alimentando as águas subterrâneas;
 - É escoada na direção dos rios, lagos e mares. 
O destino dessas água é influenciado por fatores como a cobertura vegetal, as condições climáticas e a geologia e a altitude. Em áreas mais áridas, por exemplo, a evapotranspiração é menor que a infiltração, ao passo que, em terrenos arenosos, a água se infiltra mais rapidamente.

 

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