sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Aula: Desmatamento

A maior parte das florestas originais do planeta já foi derrubada; no Brasil, a situação é preocupante.


Pegue um modelo econômico que durante séculos foi baseado na extração de madeira. Junte com a agropecuária e sua insaciável demanda por extensas áreas para cultivo e pasto. Some a isso a expansão das cidades e suas obras de infraestrutura. Acrescente, por fim, a exploração mineral. Eis a receita do desmatamento. De um total de 64, 2 milhões de quilômetros quadrados de florestas originais no mundo, restam apenas 15,5 milhões. A maior parte dessas florestas dos países ricos não existe mais.
                                                 
Ameaça aos biomas brasileiros:

Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados de mata, o Brasil é o segundo país com a maior cobertura florestal do mundo, atrás apenas da Rússia. Mas não há muitos motivos para comemorar , já que 30% das florestas brasileiras já foram derrubadas. A maior vítima desse processo foi a Mata Atlântica. Explorada desde a época da colonização, a partir do século XVI, a região perdeu quase 90% da cobertura original e hoje é um dos biomas mais ameaçados do planeta. O cerrado já perdeu mais da metade da vegetação, principalmente para as pastagens e as plantações. Se nada for feito para reverter a situação, o bioma pode desaparecer até 2030.

Ficheiro:Serra do mar paraná.jpg 

O desmatamento na Amazônia:

As maiores atenções voltaram-se para a Amazônia. Todos os anos, a região perde milhares de quilômetros quadrados de vegetação, pelo corte de árvores e pelas queimadas. O agronegócio responde por uma parcela significativa do desmatamento generalizado: nada menos do que 40% da produção de carne e soja do país se encontra na Amazônia Legal. E as duas atividades ganham cada vez mais espaço no norte do país, com o crescimento da fronteira agrícola. Nessa avanço, é visível uma mancha de mata derrubada, conhecida como Arco do Desflorestamento que representa cerca de 18% da cobertura original da Amazônia. O ritmo do desmatamento, contudo, vem diminuindo nos últimos anos. De agosto de 2011 a julho de 2012, foram derrubadas 4.656 quilômetros quadrados de florestas, o que representa o menor desmate desde o início da medição, em 1988. A notícia é positiva, mas a área devastada nesse período ainda é grande - corresponde a três cidades de São Paulo.

 

Desertificação e Erosão:

Causada pela ação humana e, em menor grau, por mudanças naturais, a desertificação é um processo de redução da vegetação e da capacidade produtiva do solo. O fenômeno ocorre principalmente em regiões áridas, semiáridas ou sub úmidas. No Brasil, as áreas mais afetadas são os pampas gaúchos, o cerrado do Tocantins, o norte de Mato Grosso e o Polígono das Secas. Entre as causas principais do Fenômeno estão a agropecuária predatória, alguns tipos de mineração, e sobretudo o desmatamento.
Já a erosão, um processo natural da superfície terrestre, é potencializada pela retirada da cobertura vegetal e pelo manejo inadequado da cobertura agrícola. A aração dos solos para facilitar a circulação do ar e água, por exemplo, desagrega a terra, podendo causar assoreamento de rios e lagos. No Brasil as regiões mais atingidas estão no Cerrado.     

Novo Código Florestal:

Em 18 de outubro de 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou o novo Código Florestal brasileiro, após longa tramitação no Congresso. As negociações para a aprovação de novas regras opôs interesses conflitantes entre grandes proprietários , que defendiam a flexibilização da lei para a expansão da agropecuária, e os ambientalistas, favoráveis a regras mais rígidas para o desmate. 
Os principais pontos da lei aprovada dizem respeito às regiões que é permitido o desmate e às zonas que devem ser protegidas em uma propriedade particular. Ela regulamenta o uso da terra nas áreas da preservação permanente (APPs) e nas reservas legais. Apesar da aprovação, o novo código florestal está sendo contestado no Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral, que vê retrocesso em algumas situações. A redução das áreas protegidas e a isenção de multa a quem desmatou até 2008 são os itens mais criticados.

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